quarta-feira, 8 de junho de 2011

Protesto mira o centro do poder


Com bandeiras vermelhas e slogans revolucionários, manifestantes fecham sede da Prefeitura de Natal e acampam na CMN
Paulo Nascimento // paulonascimento.rn@dabr.com.br
Especial para o Diário de Natal



Oterceiro protesto com o tema "Fora Micarla", realizado na manhã de ontem, atingiu diretamente, pela primeira vez, a administração municipal. Os palácios Felipe Camarão e Djalma Maranhão, sedes da Prefeitura e da Câmara Municipal de Natal (CMN), respectivamente, foram esvaziados com a chegada dos cerca de 200 manifestantes que caminharam pelo Centro e por Petrópolis. Pedindo o impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV), os manifestantes chegaram a ocupar o plenário e, após o cancelamento de uma audiência pública sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o pátio da casa legislativa. No turno da tarde, os dois edifícios funcionaram normalmente.


Passeata reuniu estudantes, sindicalistas e militantes de esquerda Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
A chuva forte que caía sobre Natal não inibiu os participantes do movimento, que saíram da Praça Cívica, em Petrópolis, até a sede do executivo municipal, debaixo de muita água. Vigiados por agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e por policiais militares, os manifestantes, em sua maioria jovens estudantes secundaristas e universitários, marcharam sem problemas. Para Matheus Cavalcanti, 15 anos, estudante do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a presença da população é essencial. "Apesar de estar perdendo aula no IFRN, acredito que estar no protesto é muito importante. Todos estamos indignados com a situação em que Natal está", afirmou Matheus.

Vestidos com camisas vermelhas, com a estampa de Che Guevara ou do cão Mutley (desenho animado norte-americano), vários manifestantes do movimento, que contava com integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), dentre outros, procuravam demonstrar o caráter supostamente apartidário do movimento.

"Não podemos continuar aguentando este sofrimento, que vem por três anos. Este movimento inédito, apartidário, unindo todas as correntes, unindo o povo, é a resposta a essa administração", disse Richard Dean, 23, estudante universitário. Questionada sobre o protesto, a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Natal afirma que a atual administração respeita o direito democrático de a população se manifestar, contanto que não haja ofensas nem depredação ao patrimônio público. À tarde, os manifestantes continuaram na Câmara, alguns acampados em barracas.

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