domingo, 13 de março de 2011

Colônia Japonesa de Ivoti se une para buscar informações da terra natal

A maior colônia japonesa no Estado tem diversos parentes morando no Japão

Letícia Barbieri | leticia.barbieri@zerohora.com.brA maior colônia japonesa no Estado se une, em Ivoti, no Vale do Sinos, para buscar informações da terra natal. Distante cerca de 60 quilômetros de Porto Alegre, o município tem 56 famílias de origem nipônica e, muitas delas, com parentes vivendo atualmente no Japão. São filhos, tios, sobrinhos que decidiram tentar a vida no outro lado do mundo.

Está no Japão? Envie seu relato

Toru So, 73 anos, relata que acompanhou ao vivo na madrugada de sexta-feira o momento em que o tsunami atingiu o país onde ele nasceu. Ele estava acordado assistindo a um canal japonês – assinatura que praticamente todas as famílias da Colônia Japonesa de Ivoti têm em casa.

Atento, ele observava bem a localização dos tremores. Dois dos seus sete filhos moram no sul do Japão, região que não chegou a ser atingida.

— Primeiro eu vi os alertas para que as pessoas deixassem suas casas e, de repente, veio o tsunami, aquela onda levando tudo, muito triste — descreve So.

De forma simultânea, o agricultor assistia incrédulo às imagens ao vivo e discava para os filhos. Nenhuma chamada foi atendida. Pela televisão ele já sabia que as linhas estavam congestionadas, mas só se tranquilizou quando os filhos conseguiram enviar mensagens à família pela internet.

Foi o caso de outras tantas famílias de Ivoti. São diversos os relatos de mulheres, filhos, irmãos e mães que mesmo sabendo que o desastre passou longe de onde moram seus familiares, ainda se sentem aflitos com a situação do país de origem.

A CATÁSTROFE
O forte terremoto que atingiu a costa do Japão nesta sexta-feira seguido por um enorme tsunami é o mais intenso desde que a Agência Meteorológica japonesa começou a medir esse tipo de fenômeno no país. O tremor aconteceu por volta das 14h45min (horário local) e teve o epicentro no Oceano Pacífico, a 130 km da península de Ojika, a uma profundidade de 10 quilômetros. Imagens de televisão  mostraram inundações em várias aldeias ao longo da costa japonesa. Dezenas de carros, barcos e edifícios foram levados pela força da água. Trens pararam de funcionar e passageiros tiveram que andar até as plataformas. Houve problemas no sistema de telefonia móvel.

BRASILEIROS
Em nota, o Itamaraty informou que não há brasileiros entre os mortos e feridos. Segundo a assessoria da representação diplomática, a maior parte dos 270 mil brasileiros que vivem em território japonês mora no Sul e os tremores ocorreram no Norte.

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