O
secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, relatou a dificuldade de
se contratar profissionais como médicos intensivistas, enfermeiros e
técnicos de enfermagem habilitados para trabalhar em UTIs, o que segundo
ele dificulta a abertura de novas vagas. “Todos os intensivistas do
último concurso público já foram chamados. Temos leitos fechados no
Walfredo Gurgel por falta de profissionais. E mesmo na rede privada não
encontramos espaço para contratar [novos leitos]”, defendeu o
secretário. Segundo Domício Arruda 34 leitos de UTI (sendo 24 adultas e
10 neo-natal) estão prontas para funcionar. Hoje dados da secretaria
apontam que existe uma fila de espera na UTI de 22 pacientes, sendo 20
adultos e duas crianças. Hoje a demanda é de 655 leitos, temos 442
leitos de UTI, ou seja, o déficit de leitos chegaria a 223.
Segundo
o diretor do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Ricardo
Lagreca, também tem que ser observada a falta normatização para que os
médicos só indiquem a UTI em casos realmente necessários. “A sociedade
ainda não entendeu a terminalidade. Temos que solicitar UTI para quem
tem precisa de UTI”, afirmou Ricardo Lagreca. O assunto também foi
defendido pelo secretário Domício Arruda.
Na
questão da UTI neo-natal, o diretor da Maternidade Januário Cicco,
Kleber Morais, relatou a dificuldade de vagas para estes casos. “As
vagas que temos, 13 leitos, estão sempre lotadas. Todos os dias vivemos
com o coração apertado, torcendo para não perder uma criança por falta
de assistência correta”, falou o diretor.
O
Ministério Público Estadual, através da Promotora da Saúde Iara
Pinheiro, pediu para que a gestão da saúde no Estado olhasse com mais
carinho para a questão dos recursos humanos. “Hoje a Central do Cidadão é
mantida com muitos servidores da secretaria de saúde, um absurdo. A
Secretaria cede funcionários públicos em um número altíssimo”, denunciou
a promotora.
O
senador Paulo Davim (PV/RN) relatou que a dificuldade dos leitos de UTI
acontece em todo o país. Ele defendeu a volta do curso de formação de
médicos intensivistas, que não existe mais no Rio Grande do Norte. E
revelou que sugeriu ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação
da UTI tutelada. No interior do Estado existem espaços prontos mas que
não podem receber pacientes de UTI por que não tem um responsável legal,
esta medida aliviaria o problema até uma solução definitiva.
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