domingo, 6 de fevereiro de 2011

Aumenta permanência de turistas


O turista que visita a capital do Rio Grande do Norte ampliou o número de dias em que permanece no Estado. Antes, os visitantes ficavam em média três dias na cidade (três dias e duas noites). Agora, esse número passou a ficar entre 05 (cinco dias e quatro noites) e 10 dias (dez dias e nove noites). Esse aumento na quantidade de dias se reflete em mais diárias em hotéis, mais consumo em restaurantes, lojas e locais de lazer, ou seja, mais dinheiro circulando na economia da cidade e no Estado. Essas informações foram apuradas junto aos turistas que visitaram a cidade em janeiro e estão na “Pesquisa de Opinião de Satisfação do Turista com a cidade de Natal”. A análise foi realizada pelo Instituto de Pesquisa da Faculdade Maurício de Nassau com 401 entrevistados de diversos estados do país.

alex fernandesPeríodo médio de permanência subiu de três para até 10 diasPeríodo médio de permanência subiu de três para até 10 dias
“O aumento na permanência de dias foi um fator que nos surpreendeu na pesquisa. Antes, esse número registrava uma média de três dias, agora está entre cinco e dez dias. Isso mostra que o turista está conhecendo outras áreas do estado e ampliando sua permanência. Isso é bom para a economia, mas é importante ficar atento para oferecer mais opções para o turista”, explica a coordenadora da pesquisa e do curso de Turismo da Faculdade Maurício de Nassau, Adriana Garcia.

Segundo a pesquisa, os turistas que vêm à cidade, na sua maioria, ou seja, 52,9% gastam entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, por meio de dinheiro e cartão de crédito (70,6%). Apenas 2% utilizam cheques e 12,6% o cartão de débito.

Os turistas foram entrevistados em três praias da capital Potiguar: Redinha, Ponta Negra e Artistas, sendo 52% do sexo feminino e 48% homens. A intenção da pesquisa, a primeira realizada pelo Instituto de Pesquisa da Faculdade Maurício de Nassau, é analisar qual a opinião do turista sobre a cidade e, a partir dele, estabelecer critérios para atender de forma eficiente os visitantes. “Esse é um estudo situacional. A partir dele podemos avaliar como está a situação do turismo na capital. Com base nos resultados do estudo, o poder público e a iniciativa privada podem avaliar estratégias para melhorar os serviços e ampliar o número de visitantes à cidade”, lembra.

Problemas

Mas, mesmo tendo muito que comemorar, o setor de turismo da cidade, de acordo com os dados da pesquisa, também tem de ficar atentos a determinados problemas. O turista que visita a capital do Rio Grande do Norte considera a cidade pouco eficiente em informações turísticas, defendem que a infraestrutura precisa ser melhorada (problema comum a maioria das cidades brasileiras), principalmente na questão da acessibilidade, e falha no atendimento nos serviços públicos. “Esses dados servem para que a iniciativa privada e o poder público busquem soluções para resolver os problemas e ampliar o número de turistas na cidade”, afirma Adriana Garcia.

Indicação de parentes e amigos influencia escolha

A escolha da cidade como destino turístico ainda está restrita, em grande parte, à indicação de amigos e parentes. Um total de 55,7% dos entrevistados revelou que veio conhecer a cidade por recomendação de pessoas da família ou do circulo de amizade. “Pelo que vimos na pesquisa o boca a boca ainda é o forte na divulgação da cidade. Isso é uma tendência muito forte no Rio Grande do Norte”, disse. Já 20,3% chegaram a Natal por meio de agências de viagens, 10,4% através de sites especializados e 13,6% souberam da cidade por anúncios em TV, jornais, e revistas e matérias de televisão.

“A opinião de parentes e amigos é a fonte de referência mais significativa para a determinação da viagem a Natal. Com isso, há espaço para outras estratégias de divulgação e conseqüente intensificação do turismo na região”, afirma a coordenadora do curso de Turismo da Faculdade Maurício de Nassau. A pesquisa demonstra que essa forma de indicação se reflete no local de hospedagem escolhido pelos turistas. Dessa forma, 40,6% ficam em casa de familiares e amigos, contra 34,3% em hotel, e 15% em pousadas.

Os turistas que mais procuram hotéis como meio de hospedagem são de estados mais distantes do Rio Grande do Norte. Com destaque para os seguintes estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Roraima e o Distrito Federal.

Neste ponto vale ressaltar o tempo de permanência na cidade. Os turistas que ficam na cidade por um tempo superior a 15 dias utilizam, na sua maioria, casa de famílias e amigos. Quem fica na cidade entre 1 e 14 dias utiliza mais os hotéis, resorts e pousadas. Até 5 dias, 56% ficam em hotéis e pousadas e 44% ficam em casa de amigos e família. De 05 a 10 dias, 68% ficam em hotéis e pousadas e 32% em casa de amigos e famílias. Esses números ficam diferentes quando o tempo de permanência aumenta, de 15 a 20 dias: 42% ficam em hotéis e pousadas.

Turismo regional mostra força no Estado

Mas mesmo dentro do público que visita à cidade, a pesquisa mostra que existe uma tendência de centralização nas regiões emissoras de turistas para Natal. Em relação à origem, predomina o grupo de turistas da própria região Nordeste aproximadamente 40%, com destaque Pernambuco, Paraíba e Bahia. Da região Sudeste destacam-se como pólos emissores os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso mostra o potencial de exploração que ainda existe em estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil. Vale ressaltar, que entre esses turistas, a maioria deles é de solteiros, que representam 43,8% dos visitantes, contra 33,2% de casados, e 8,4% de divorciados.

“Esses números revelam uma surpresa na emissão de turistas para Natal. Antes, os paulistas eram predominantes e hoje vemos uma concentração no turismo intra-regional”, lembra. Outra característica do turista que escolhe Natal para passar férias é a escolaridade elevada, pois 44,3% dos entrevistados possuem ensino superior completo ou pós-graduação.

Em termos de renda, 49,3% dos turistas têm renda mensal superior a R$ 2.550,00. A maioria tem interesse de ficar na cidade entre cinco e dez dias (33,8%), enquanto 20,3% pretendem ficar por apenas cinco dias.

fidelização

Um importante indicador para o setor de turismo da capital Potiguar é a fidelização dos turistas, já que 82% dos turistas entrevistados afirmaram o desejo de voltar. “Esse é um dado importante na pesquisa. Os turistas têm interesse em voltar, mas o poder público e a iniciativa privada precisam gerar novas atrações para fazer com que esse turista volte à cidade. Não pode ficar centrado apenas no turismo de sol e mar”, explica a coordenadora da pesquisa. No universo de turistas que esteve em Natal nesse mês de janeiro, 58,1% veio pela primeira vez à cidade.

Dos que já estiveram em Natal e agora estão de volta, predomina os que estão visitando a cidade pela segunda e pela terceira vez, 54,6% do total.

A pesquisa também fornece uma indicação de que a primeira visita a Natal é intermediada por uma agência.

terceira idade

O Instituto de Pesquisa da Faculdade Maurício de Nassau identificou ainda que um dos mais importantes nichos de mercado de turismo – o turismo da “terceira idade” ou “melhor idade” – é ainda bastante incipiente no estado, o que resulta em uma grande lacuna a ser ainda explorada comercialmente.

Nesse segmento, observa-se que o maior percentual de turistas que visitam a capital do Rio Grande do Norte é de pessoas com idade entre 25 e 34 anos (39,2%), enquanto que o grupo de idosos, com idade a partir de 60 anos, só responde por um total de 5,7%, fato que indica uma possibilidade de expansão no número de visitantes dessa faixa etária, que ainda não foi um objeto de trabalho do trade turístico nem do poder público. Os demais visitantes estão entre 35 e 44 anos (24,7%), entre 18 e 24 anos (17,2%) e entre 45 e 59 anos (13,2%).

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