quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Acordo garante Agripino na presidência do DEM

São Paulo (AE) - Após três dias de negociações intensas, a cúpula do DEM fechou ontem acordo com a ala do presidente de honra do partido, Jorge Bornhausen, para apaziguar o partido. Em reunião, em Brasília, o senador Agripino Maia (RN) e os deputados federais Ronaldo Caiado (GO), ACM Neto (BA), Rodrigo Maia (RJ) e Eduardo Sciarra (PR) decidiram montar uma chapa única para a presidência do partido, aceitando, assim, as condições impostas pelo grupo de Bornhausen e do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que ameaça deixar o partido. Pelo acordo, o ex-senador Marco Maciel (PE) não lançará sua candidatura ao comando do partido, permitindo a eleição consensual de Agripino. Em compensação, vagas estratégicas na Comissão Executiva Nacional do DEM ficarão com o grupo rebelde. Assim, o ex-deputado Índio da Costa (RJ) será vice-presidente de infra-estrutura e cidades.

rodolfo stuckertDeputado federal Rodrigo Maia (à direita) vai  deixar a presidência nacional do DEMDeputado federal Rodrigo Maia (à direita) vai deixar a presidência nacional do DEM
Na segunda-feira (14), Bornhausen propôs a manutenção da atual Executiva com poucas alterações. A substituição do atual presidente Rodrigo Maia por Agripino e a entrada do ex-senador Marco Maciel no Conselho Político da sigla. Com isso, a ala dissidente fica mais forte, embora seja minoritária internamente. Outro ponto acertado entre os “caciques” do DEM foi a indicação do ex-deputado Indio da Costa para ocupar a vice-presidência. A chapa única será apresentada na convenção do DEM, marcada para 15 de março.

Nesta semana, o senador Agripino Maia ressaltou que a proposta do grupo rival não seria aceita por seu grupo por dificultar a entrada de novas lideranças do partido - como os 17 deputados federais que estreiam na bancada esse ano, por exemplo - e por não representar a hegemonia interna do DEM. “Acho que o partido dá uma demonstração de unidade e maturidade”, disse o senador, ao ceder à pressão do grupo adversário.

Com a inclusão dos deputados federais Guilherme Campos (SP) e Walter Ihoshi (SP), representantes do prefeito de São Paulo na nova executiva do partido, o DEM espera agora convencer Kassab a permanecer no partido. “Esperamos que ele fique”, insistiu Agripino.

Fusão

Apesar das negociações no DEM,  o PSB, que há algumas semanas começou a articular a mudança do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab para suas fileiras, ainda aguarda a formalização da criação de um novo partido para discutir uma futura fusão. “Seria um partido novo (criado por Kassab) que eventualmente se fundiria com o PSB”, explicou o presidente do PSB em São Paulo, Márcio França. Nos bastidores da negociação, especula-se que o prefeito, se deixar o Democratas, levaria não apenas o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, mas outros democratas de peso, entre eles o da senadora Kátia Abreu (TO) e Indio da Costa, ex-deputado federal e vice na chapa presidencial de José Serra.

As tratativas do PSB começaram com a investida sobre Colombo, que viabilizou o contato com Kassab. Como o prefeito poderá manter seu mandato mesmo se desfiliando do DEM, a preocupação de Kassab é estender a mesma garantia jurídica para seus aliados e evitar a perda de mandato por infidelidade partidária. “É uma possibilidade real, sim”, admitiu o deputado federal Rodrigo Garcia (SP) ao se referir à fusão com o PSB. Kassab já contratou dois escritórios de advocacia para cuidar da estrutura jurídica do novo partido, o PDB (Partido da Democracia Brasileira). “Essa é a primeira fase, que vai levar alguns meses”, contou França.

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