Novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado conversou com o Nominuto e se disse preparado para o novo desafio à frente da Corte.
Primeiro membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado a ocupar o posto de conselheiro do TCE, Carlos Thompson Costa Fernandes conhece como poucos a estrutura em que trabalha. “Nasci e me criei dentro do Tribunal em termos profissionais”, comenta.
E não é para menos: com 39 anos de idade, Thompson tem 17 deles dedicados aos TCE nas mais variadas funções. “Comecei no cargo em comissão mais baixo à época ainda estudante de Direito. Em seguida, fui chamado para assessorar um dos conselheiros. Passei cinco a seis anos na função. Depois passei dois anos como consultor geral do Tribunal. Deixei a função com o término do mandato do então presidente”, recorda alguns dos setores que atuou.
Nesses anos de Tribunal, Carlos Thompson chegou a trabalhar quase dois anos com procurador Francisco de Assis Fernandes, que é seu pai. Falecido há alguns anos, Thompson não esconde a emoção ao recordar dele durante a entrevista concedida ao Nominuto.com na quinta-feira (7), seu último dia como procurador do Ministério Público junto ao TCE antes de assumir como conselheiro. “É um desafio grande e eu me sinto forte para enfrentá-lo”, afirmou.
Foto: Elpídio Júnior

Em sua despedida do cargo onde atuou durante os últimos oito anos, este torcedor do ABC, fã do U2 e que gosta de dançar forró falou da importância da família e do sentimento que tem por sua carreira profissional.
Quais suas perspectivas agora como conselheiro?São as melhores possíveis. Conheço bem o Tribunal, sua estrutura administrativa, não é de hoje e me sinto plenamente preparado para desempenhar a função, que é muito nobre de julgar as contas de todos administradores estaduais e municipais do Rio Grande do Norte. É um desafio grande e eu me sinto forte para enfrentá-lo.
Têm planos para colocar em prática no TCE?
O Tribunal de Contas do Estado vem ao longo dos anos passando por profundas transformações. Uma delas é a realização de concursos públicos. Na ultima década foram três. Isso imprime ao Tribunal na sua atividade fim muito imparcial, impessoal. Eu venho para dar minha contribuição técnica para o fortalecimento da instituição. Nesse espírito que eu venho. Contribuir, acrescer, dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito.
Foto: Elpídio Júnior

O senhor atuou como procurador do MP junto ao TCE no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte. Como tem visto atuação dos Tribunais do Brasil no acompanhamento das contas públicas?
Os Tribunais ganharam um dos órgãos que tenha sido dos mais competentes com a Constituição de 1988 e com isso vem tentando corresponder a essa gama de competência aos anseios da sociedade. Evidentemente que eu percebo de uns anos para cá, até mesmo em função da cobrança da sociedade e da imprensa, vem abraçando com mais intensidade as suas funções. É uma leitura animadora para alguém como eu que sou técnico e agora tenho missão de dar minha contribuição ao desenvolvimento desse papel.
Como o senhor tem visto o avanço das mídias sociais e o seu uso nas instituições?Eu vejo hoje que nós não tenhamos dimensão exata da revolução que estamos vivenciando. A informação tem dinamismo impressionante e as mídias sociais (twitter, facebook) aproximam demais as pessoas. As instituições não tem outro caminho a seguir senão se aproximar, interagir, com essas ferramentas. Eu acho um caminho sem volta. Isso prestigia publicidade, a transparência na gestão da coisa pública. Todas as instituições devem adentrar nesse ritmo que hoje nós vivenciamos. Informações céleres, abertas, democráticas. Diria numa linguagem resumida: republicanas.
Sua carreira foi construída dentro dos Tribunais dentro ou fora do RN. Como foi ser aprovado em concurso e ter trabalhado com seu pai?Relendo alguns discursos me lembrando dele, eu lembro que um discurso de despedida dele, eu pontuei que quase não o via. Evitava muito esse contato com ele para que nem ele interferisse no meu trabalho nem eu no dele. Passei a chamá-lo aqui de “doutor Assis”. Tentando imprimir ritmo de profissionalismo na instituição.
Se por acaso a coincidência do filho trabalhar com o pai acontecer com o senhor?
Vai ser motivo de satisfação. Mas eu não penso nisso. Contudo, se um ‘raio cair no mesmo lugar duas vezes’ (risos) vou encarar com normalidade.
Foto: Elpídio Júnior

Qual seria a mensagem do seu pai, que foi procurador do TCE, ao ver o filho agora assumir a cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado?
(pausa) Rapaz, você só faz pergunta difícil (risos). Vou me colocar no dele já que hoje eu também sou pai. O pai ver um filho alcançando vitórias é um motivo de dever cumprido. Acho que essa é a sensação que estaria hoje, se aqui estivesse com a gente, e é a sensação que ele está onde descansa agora.
Como foi sua carreira?
Tenho 17 anos no Tribunal de Contas do Estado. Também passei um ano fora quando assumi alguns cargos em Brasília por força de concurso público. Comecei no TCE ocupando o cargo em comissão mais baixo à época ainda estudante de Direito. Depois fui chamado para assessorar um dos conselheiros. Passei quase seis anos assessorando ele. Depois, trabalhei dois anos como consultor geral do Tribunal. Deixei a função com o término do mandato do presidente. Estudei para concursos e passei em alguns. Fui procurador do Banco Central, defensor público do Distrito Federal e antes de assumir o cargo de procurador do Ministério Público junto ao TCE, fui procurador do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Foto: Elpídio Júnior

Além de tudo isso, ainda é professor.
Sim. Se é que existe vicio bom, é esse. Gosto da convivência com os alunos, a troca de experiência com eles.
E além de trabalhar e lecionar, o que gosta?
Adoro música. Para ser sincero, divido em música para ouvir e para dançar. Já fui curtidor de forró (risos), mas hoje em dia gosto mais de U2, Coldplay, REM. Gosto de forró para dançar. Eu ando em qualquer estrada musical.
Além disso, o novo conselheiro do TCE gosta de tecnologia e é torcedor do ABC.
Sim, sim. Gosto de tecnologia e meu time de coração é o ABC (risos). Vou vez ou outra ao estádio. Gosto dessa emoção. Torço pelo futebol do Rio Grande do Norte. Não tenho esse radicalismo que alguns tem.
Quem é Carlos Thompson?
Rapaz, essa pergunta é tão difícil de responder. Tenho virtudes e defeitos. Sou uma pessoa feliz. Tenho uma família maravilhosa com dois filhos. Não tenho nada a reclamar da minha vida. Sinto-me um abençoado, privilegiado. No campo profissional da mesma forma, estou e trabalho onde gosto.
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