terça-feira, 9 de agosto de 2011

Plano Diretor será revisado ainda com pendências de 2007, diz vereador



De acordo com George Câmara, é necessário reailzar um grande debate em Natal, antes de uma nova revisão no plano da capital potiguar.

Por Silvia Ribeiro Dantas
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Foto: Gerlane Lima
A Câmara Municipal de Natal deverá começar em breve a realizar discussões para a revisão do plano diretor da capital potiguar, entretanto alguns importantes instrumentos que foram definidos pelo documento anterior – aprovado em 2007 – sequer foram implantados e talvez seja mais interessante colocá-los em prática antes de tomar novas decisões. Foi o que sugeriu o vereador George Câmara (PC do B), em entrevista ao Jornal 96.

A última vez em que o plano diretor de Natal passou por uma revisão foi em 2007, época em que surgiram diversas denúncias de irregularidades, que geraram a Operação Impacto. Anteriormente, o plano tinha sido revisto em 1994, durante a gestão de Aldo Tinoco, “já prevendo a revisão em 10 anos e aí o debate durou de 2004 a 2007”. 

O vereador ressaltou a necessidade de haver um grande debate em Natal, considerando pontos como as zonas de proteção ambiental, o adensamento da capital, além da oferta de serviços de transporte público e saneamento básico. “Esse debate não pode ocorrer de uma forma rápida. Hoje, não dá para se pensar em um plano de diretor sem levar em conta que a cidade se urbanizou e se antes o terminal sonhado para integralizar os ônibus era em Soledade II, hoje é em Extremoz, em Ceará-Mirim”, detalhou.

Sobre o fato de a revisão ocorrer no momento em que a cidade se prepara para receber jogos da Copa do Mundo de 2014, George Câmara afirma que a única mudança será a necessidade em antecipar obras. Dessa forma, intervenções que passariam a ser necessárias daqui a cerca de uma década, precisarão ser uma realidade em três anos. 

“No regime militar, houve grande migração do campo para as cidades, por falta de serviços eficientes e uma reunião de arquitetos para definir plano diretor, dava 10 anos de cadeia. Foram duas décadas de poucos investimentos na descentralização do poder, hoje temos um estado mínimo, decorrente da falta de planejamento, e a sociedade precisa se organizar para enfrentar os desafios conjuntamente. Vimos alguns pepinos relativos à mobilidade na África do Sul, com trânsito travado e esperamos conseguir resolver isso aqui”, analisou.


Seminário
Entre os dias 22 e 24 deste mês, o auditório da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) irá abrigar o seminário 10 Anos do Estatudo da Cidade. Na ocasião, haverá discussões sobre os instrumentos que regulamentam a política urbana natalense, bem como a respeito de medidas que podem ser tomadas para minimizar os efeitos da urbanização.

“Natal hoje invade os municípios vizinhos, como na divisa com Parnamirim e São Gonçalo, e não dá para fazer um plano diretor sem levar isso em conta. A nossa intenção é discutir não só com gestores, mas com movimentos sociais, como sindicais e estudantis. Teremos que ver o perfil, a dinâmica funcional dos outros municípios e pensar em soluções a partir daí”, contou.

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