A partir de um contrato de arrendamento, a Atlântico Tuna acertou a utilização de barcos e da tecnologia japoneses.
Foto: Annapaula Freire

Cônsul japonês Akira Suzuki.
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Em visita ao Rio Grande do Norte, nesta terça-feira (23), o cônsul japonês Akira Suzuki reafirmou o acordo em passagens pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e na Secretaria de Estado de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape).
A governadora Rosalba Ciarlini vai acompanhar o representante do Japão na quarta-feira (24) em visita ao terminal pesqueiro de Natal, às 8h. O cônsul irá conhecer também o futuro Centro de Formação de Tripulantes em Pesca Oceânica, no município de Santa Cruz, a 111 km de Natal.
A partir de um contrato de arrendamento, a Atlântico Tuna acertou a utilização de barcos e da tecnologia japoneses. Em troca, se compromete em vender o produto para o Japão, um dos maiores consumidores mundiais do produto.
Segundo o secretário estadual de pesca, Betinho Rosado, a partir da tecnologia fornecida pelos japoneses foi possível descobrir uma nova espécie de atum na costa potiguar: o Atum Branco. “Com essa tecnologia, os japoneses descobriram um novo filão de pesca no Brasil", afirmou ele se referindo aos barcos de maior porte trazidos pelos japoneses que acessam um extrato alcançando outra população marinha ainda não explorada em território brasileiro.
Por se tratar de uma novidade no mercado nacional, ainda não há uma legislação especifica que regulamente e estabeleça cotas para captação da espécie. Isso favorece a maior pesca do produto em relação a outras espécies, que já possuem normas para restringir. Entretanto, o titular da Sape ressalta que os barcos precisam ser credenciados pelo Ministério da Pesca e Governo do Estado.
Foto: Annapaula Freire

Segundo o secretário estadual de
pesca, Betinho Rosado, a partir da tecnologia fornecida pelos japoneses
foi possível descobrir uma nova espécie de atum na costa potiguar: o
Atum Branco.
O atum já consta como principal responsável pelas exportações do mercado de pesca potiguar com 95%. Com essas novas formas de captação e novos acordos comerciais, o atum se consolida ainda mais como principal produto de interesse internacional no RN.
Ano passado foram exportadas 3,8 mil toneladas de pescado. Esse ano, a Secretaria espera que a exportação dê um salto para 8 mil toneladas. Outra expectativa da pasta é que o atum passe de terceiro lugar na pauta de exportação do Rio Grande do Norte para o segundo lugar - ultrapassando o melão - até o final do ano.
Anterior à visita, o governo japonês realizou experiência de sucesso quando lançou um navio na costa e a pesca resultou em cerca de mil toneladas de atum. O resultado estimulou o Japão a enviar mais dez embarcações para o litoral potiguar.
A Jica, entidade japonesa ligada ao governo do estado e responsável pelo convênio, também financia estudos sobre as plantas oleaginosas para uma posterior produção de biodiesel em território potiguar. Os estudos são todos realizados no RN.
Centro de Formação
A legislação brasileira que arregimenta a pesca no país exige que dois terços da tripulação sejam brasileiros. Pela falta de mão-de-obra habilitada no estado que ocupe funções nos grandes barcos japoneses e atuem no setor potiguar, surge a necessidade de treinamentos específicos.
De acordo com Betinho Rosado, a chegada de novas embarcações, somente para o convênio com a empresa Atlântico Tuna demanda cerca de 2.500 empregos. Uma primeira turma já passou pelo treinamento formando 62 novos tripulantes aptos a trabalhar em alto mar.
No Centro de Formação em Pesca Atlântica serão lecionados cursos por japoneses aos pescadores locais. Segundo informações da Fiern, o processo de aprendizagem utilizará a simulação, testando desde as condições técnicas e utilização prática da tecnologia até as condições psicológicas enfrentadas pelos tripulantes em condições de confinamento, uma vez que os pescadores chegam a ficar cerca de cem dias embarcados.
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