Reforma da estrutura que faz parte da história da aviação mundial pode finalmente sair do papel
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br
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Agora vai. A recuperação do sítio histórico da Rampa, palco de feitos da aviação nas primeiras décadas do século XX e base para pouso de hidro-aviões aliados durante a Segunda Guerra Mundial, deve finalmente sair do papel. Pelo menos é o que garante a Secretaria de Turismo do Estado. O órgão anunciou que a área localizada nas margens do Rio Potengi, no bairro de Santos Reis, terá suas dependências reconstruídas e reformadas para a implantação do Museu e do Memorial do Aviador.
![]() Com construções relegadas à falta de manutenção, sítio histórico deve ter licitação de obras iniciada no 2º semestre Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press |
A restauração do sítio histórico será viabilizada pelo Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) do Nordeste. O projeto, que custou R$ 380 mil, é composto de 25 plantas, que contemplam toda parte de arquitetura, urbanização e engenharia, bem como estudos de avaliação de impactos ambientais e avaliação socioeconomica.
Com relação aos valores para execução da obra, a subsecretária de Turismo do Estado, Sânzia Cavalcanti, informa que só serão definidos quando for terminado o projeto, mas também aqui o governo vai contar com empréstimo do Prodetur, só que versão nacional do programa, que já elencou a reforma e reconstrução da Rampa como uma de suas prioridades para os dezoito primeiros meses de gestão. "Já estamos na fase de finalização do projeto e esperamos que até o mês de junho seja assinado o contrato de empréstimo com o Prodetur nacional", confirma Sânzia.
A previsão também foi anunciada pela subcoordenadora do Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Norte para o Prodetur, Marilene de Brito, que informa que o projeto vai contemplar a restauração de uma área de aproximadamente 1 hectare, reservada para abrigar o complexo cultural. "Atualmente, o sítio da Rampa foi dividido: uma parte ficou para o Ministério da Marinha construir o 3º Distrito Naval e outra foi destinada para o acervo cultural, onde estão localizados os três prédios que serão reconstruídos e reformados", explica.
Turismo
Para ela, o Museu da Rampa será uma importante atração para o turismo da capital, tendo em vista o papel da cidade na Segunda Guerra Mundial. "E o Memorial também vai homenagear os aviadores que cruzaram o Atlântico e chegaram aqui no início do século passado, numa época em que as aeronaves não tinham muita segurança e voar era uma grande aventura. Além disso, a Rampa de Natal foi o primeiro ponto continental para pouso dos aviões e o local onde Roosevelt e Vargas oficializaram a entrada do Brasil na Segunda Guerra", conta Marilene de Brito.
Com relação ao acervo do futuro museu, ela informa que a Secretaria de Turismo e a Fundação José Augusto (FJA) já estão tomando providências com relação a sua constituição e organização. Segundo a secretária de cultura, Isaura Rosado, a FJA já dispõe de filmes e documentários sobre o início da aviação e a Segunda Guerra Mundial. "Essa é uma grande notícia para sociedade natalense, e o Governo do Estado tem que acelerar ao máximo no sentido de fazer a recuperação e devolver à cidade parte de sua história", afima Isaura Rosado.
Em cerca de 60 anos de abandono do local, não foram poucos os projetos de transformação da Rampa em atração turística. Doada em 2004 pela Aeronáutica à Marinha, o espaço de 22 mil metros quadrados aguarda, desde essa época, que seja viabilizado algum projeto. Muito já se falou em complexo turístico com museu, restaurante, centro de exposições, área de lazer, centro de pesqusia e até sede administrativa para o 3º Distrito Naval. Mas até agora nada saiu do papel.
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