No mês da Semana Santa, Bardallo's abre hoje
exposição coletiva com grandes nomes das artes plásticas
Alex Costa // alexcosta.rn@dabr.com.br // Especial para o Diário de Natal
Alex Costa // alexcosta.rn@dabr.com.br // Especial para o Diário de Natal
Aproximidade com a semana santa inspirou uma exposição coletiva que acontece a partir desta quarta-feira, na galeria do Bardallo's, com 12 grandes nomes da arte nacional e internacional que expoem quadros da temática A Grande Ceia, a partir das 19h. Diferentes estilos e técnicas mostrarão a famosa pintura A Última Ceia, de Leonardo DaVinci. Com curadoria de Jotó e apresentação de Ricardo Veriano, a exposição contará com trabalhos dos artistas Assis Marinho, Fábio Eduardo, Bruno Resende, Roberto Medeiros, Rosa Maciel, Tiago Vicente, Isaias Ribeiro, Fernando Galvão, Franklin Serrão, Carlos Sérgio Borges, Lavozier e Arruda Sales.
![]() Assis Marinho, com sua obra em giz de cera, é um dos expoentes. Foto: Assis Marinho/Divulgação. |
Muitos não sabem, nem conhecem, o tamanho do valor da arte nacional. Quem é, afinal, Waldomiro de Deus? Conhecendo seus quadros e sua vida, é possível encontrar um ser multifacetado. Nascido no interior da Bahia, foi como retirante para São Paulo, tornou-se pinbahippie, frequentou a movimentada Rua Augusta dos anos 60, viajou à Europa, passou a acreditar em Deus em Israel, e é um artista que pinta como poucos.
Reconhecido como um dos principais pintores naïfs brasileiros, Waldomiro recebe numerosos elogios de críticos nacionais e internacionais. Suas cores, seus temas, sua simbologia, sua personalidade e religiosidade se entrelaçam e se confundem. Sem escolher tema, tem no cotidiano sua grande matéria, mas também pinta o que não vê, como planetas ainda não conhecidos pela ciência e mesmo astronautas brasileiros na Lua.
"Para uma pessoa que chegou a dormir em grandes pedras no meio de um rio, carregou malas na estação de trens e dormiu sobre fornos de uma padaria, eu consegui realizar todos os meus sonhos surrealistas", lembrou. "Vivi como menino de rua, dormindo em bancos de praça até que um sargento da guarda civil me levou para a casa dele em Osasco", conta o pintor. O policial também lhe deu uma caixa de engraxate, com a qual começou a trabalhar.
Waldomiro também lembra qual foi sua primeira obra de arte: uma escultura de barro em que mostrava uma santa em trajes modernos. "Quando a coloquei numa loja da cidade, o dono queria me bater. Achou uma falta de respeito com a Igreja e só se acalmou quando a tirei de lá", afirmou, sorridente, o artista.
Nos anos 60, já vivendo de sua arte, Waldomiro de Deus morava na Rua Augusta. "Adorava aquelas lojas de roupas bonitas. Um dia, vi uma minissaia numa vitrine. Não sabia o que era. Experimentei e vi que era para mulher. A dona da loja me desafiou. Disse que me pagava se eu saísse com ela no meio da rua. Não pensei duas vezes. Me xingavam de tudo quanto era nome feio", relata. Esse tipo de atitude desafiadora lhe deu notoriedade. "Pintei Nossa Senhora de minissaia com cinta-liga e botas", lembra. Seu nome virou, assim, sinônimo de polêmica.
Serviço:
Exposição coletiva A Grande Ceia
Vernissage: Hoje à noite, a partir das 19h, no Bardallo's Comida & Arte (Rua Gonçalves Lêdo, 761, Cidade Alta) - Convidado especial: Artista plástico Waldomiro de Deus
Visitação: 14 a 30 de abril
Artistas participantes: Assis Marinho, Fábio Eduardo, Bruno Resende, Roberto Medeiros, Rosa Maciel, Tiago Vicente, Isaias Ribeiro, Fernando Galvão, Franklin Serrão, Carlos Sérgio Borges, Lavozier e Arruda Sales.
Informações: 3613-0401 / 9409-4440
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