Na
audiência pública da manhã desta terça-feira, 12, a deputada Márcia Maia (PSB) anunciou
o estudo de um projeto de lei que pretende responsabilizar os proprietários de
terrenos ou imóveis com foco do dengue, inclusive com fixação de multas. A
iniciativa da parlamentar pretende envolver a todos no combate ao mosquito da
dengue. “Vou estudar este projeto de lei, e vamos pedir a Tv Assembleia uma
campanha permanente de conscientização de combate a dengue. Queremos mesmo é
chamar a atenção da população para a importância deste combate”.
O
presidente da Sociedade de Infectologia do Rio Grande do Norte, Hênio
Lacerda,fez um relato emocionado da atual situação do Hospital Giselda
Trigueiro, referencia em doenças infectocontagiosas no Estado. Após um plantão
durante toda a noite, o infectologista relatou a superlotação dos leitos, e a
necessidade urgente de uma virada no jogo contra a doença. “Ontem coloquei um
paciente onde eu iria dormir. Nós discutimos a dengue há 14 anos. Uma doença
tão simples de combater. Quem morre de dengue hemorrágica? Os pobres! E aí as
autoridades falham, os agentes de endemias falham, os médicos falham, e a
população falha, todos são responsáveis”. O infectologista também alertou para
o risco ainda maior de epidemia nos anos de 2012 e 2013, quando o tipo 4 da
dengue chegar ao Estado.
O Secretário
Estadual de Saúde, Domício Arruda, anunciou que amanhã a secretaria vai
disponibilizar todos os 17 “carros fumacê” para ações nas zonas Leste e Oeste
de Natal e na cidade de Macaiba. “É o suficiente? Em anos normais sim. Mas
podemos também pedir emprestados no Estado do Ceará. Mas o importante dizer que
esta é a última ação possível”. O secretário também se disse preocupado com o
número de leitos disponíveis para atender os infectados. “Hoje temos déficit de
leitos de UTI para infectados com o dengue”.
Segundo
a diretora do Hospital Gisleda Trigueiro, Milena Martins, a unidade é um termômetro
da gravidade da epidemia. “Houve este ano um aumento de 800% no número de
atendimentos. O hospital está lotado, até as cadeiras estão todas ocupadas. Ou
todos se unem, ou vai morrer muita gente”. Um estudo feito pela coordenação de
infectologia da Secretaria Estadual de Saúde revelou que cerca de 80% dos
criadouros do Estado estão dentro das nossas casas.
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