Ipea alerta que 9 dos 13 aeroportos de
cidades-sedes, incluindo o de São Gonçalo do Amarante, não vão ficar
prontos
A aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), na última quarta-feira, do edital que irá instituir o modelo de concessão, inédito no país, do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante é um passo fundamental para a concretização da obra, que se arrasta há 16 anos. O vencedor do leilão, ainda sem data, que definirá a empresa ou consórcio que construirá e administrará o equipamento pelos próximos 28 anos, terá um prazo de apenas 36 meses para entregar o aeroporto pronto. A meta é que o novo terminal de passageiros esteja em funcionamento já na Copa do Mundo de 2014. Entretanto, para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o aeroporto potiguar e outros nove aeroportos, de um total de 13, localizados em cidades-sede do mundial não terão suas obras concluídas até a realização do evento, em junho de 2014. A situação é preocupante e a demora das obras já motivou críticas por parte do presidente da Fifia, Joseph Blatter.
![]() Expectativa do governo é de que construção seja entregue no início de 2014. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press. |
Segundo os técnicos do Ipea, uma obra de infraestrutura em transportes leva em média 92 meses para ficar pronta, ou seja, mais de sete anos. Assim, com base em informações sobre a atual situação de cada aeroporto, fornecidas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), os técnicos do Ipea estimam que as obras dos aeroportos de Manaus (AM), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campinas (SP) e Cuiabá (MT), todos ainda em fase de elaboração de projeto, e Confins (MG) e Porto Alegre (RS) não estarão prontas antes de 2017. O aeroporto de São Gonçalo não teria prazo para conclusão e apenas os de Curitiba (PR), Galeão (RJ) e Recife (PE) devem ficar prontos a tempo.
"Para nós, há tempo hábil para que os investimentos necessários em pistas, pátios e nos terminais provisórios sejam feitos até 2014. Nossa preocupação maior é com os investimentos mais complexos, ou seja, nos terminais de passageiros", afirma o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Carlos Campos, um dos responsáveis pelo estudo.
Superlotação
O Ipea ainda diz que "mesmo que fosse possível concluir os investimentos nos terminais de passageiros nos prazos previstos pela Infraero, a situaça~o dos 13 aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 continuaria de sobrecarga". Segundo o texto, 10 dos 13 aeroportos em obras por causa da Copa estarão operando acima de sua capacidade no ano do evento. Natal, aliás, aparece com a situação mais crítica, em termos proporcionais: com movimento previsto de 3,5 milhões de passageiros, o aeroporto Augusto Severo teria capacidade para receber apenas 1,9 milhão, uma sobrecarga de 89%. "A analise do plano de investimentos para os 13 aeroportos da Copa sugere que as obras foram planejadas com subdimensionamento da demanda futura", diz o artigo.
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